quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Capa do Filme Sucking Foot


2010

Aqui fala um pouco sobre a atualidade,
http://pt.wikipedia.org/wiki/2010

Fala sobre:

Vale a pena conferir :)

Jasper Johns, Jr

Jasper Johns, Jr (Augusta, Georgia, 15 de Maio de 1930) é um pintor norte-americano do movimento Pop Art.
Jasper Johns talvez tenha sido um dos mais importantes entre os pioneiros da pop art na América. Começou a pintar objetos tão vulgares como por exemplo as bandeiras, mapas, algarismos. Exemplo de uma das suas principais obras é a "Três Bandeiras"
Jasper Jonhs nasceu em Augusta, no estado norte-americano da Georgia, e cresceu em Allendale, na Carolina do Sul, com os seus tios e avós, após a separação dos seus pais. Sobre esta fase da sua vida disse No sítio onde eu era uma criança, não haviam artistas nem arte; assim não sabia o que isso queria dizer. Creio que pensava que isso significava que estaria numa situação diferente daquela em que me encontrava.
Jaspers Johns estudou na Universidade da
Carolina do Sul entre 1947 e 1948, e em 1949 muda-se para Nova Iorque, ingressando numa escola de arte comercial, a Parsons School of Design. Em 1952 vai para o exército, e é colocado em Sendai, no Japão, durante a Guerra da Coreia, onde fica até 1953. De volta a Nova Iorque, Jasper Johns conhece Robert Rauschenberg, Merce Cunningham, coreógrafo, Marcel Duchamp e John Cage, músico da vanguarda americana. Junto aprofundam a cena da arte contemporânea, ao mesmo tempo que começam a seguir os seus próprios caminhos na arte.
Em 1955, pinta o mais famoso, e conhecido dos seus quadros, A Bandeira norte-americana. Os seus quadros são descritos como dada neo-dadaístas, em oposição a Pop Art, embora aqueles incluam, habitualmente, imagens e objectos da cultura popular. Ainda assim, o trabalho de Jaspers Johns é catalogado como pertencendo à Pop Art, devido ao uso artístico da iconografia clássica. Mais tarde, durante a suas exposições em
Paris suas bandeiras são vistas, por alguns críticos, como divulgação nacionalista.
Os seus primeiros trabalhos tinham por base temas simples, como bandeiras, mapas, alvos, números e letras. O tratamento peculiar dado às suas telas, tem origem numa técnica denominada encaústica, que consiste em diluir a tinta em cera quente. Mais tarde, em
1958, Johns acrescenta relevo aos seus quadros, colocando neles objectos reais, como escovas, latas, pincéis ou letras. O seu trabalho caracteriza-se, assim por ser paradoxal, contraditório e problemático, semelhante ao de Marcel Duchamp (associado ao movimento Dada). Para além de quadros, Johns também trabalhou em entalhes, esculturas e litografias.
Contrariamente a muitos outros artistas, Johns viu a sua obra reconhecida ainda em novo. Em
1957, expõe colectivamente no Jewish Museum, onde conhece Leo Castelli; no ano seguinte, este organiza a sua primeira exposição individual, na galeria da qual era dono. Ainda em 1958, Johns expõe no pavilhão americano da Bienal de Veneza.
Anos 60
No virar da década de 50, Jaspers diversifica o seu trabalho, construindo moldes em
bronze de objetos cotidianos, como o Bronze Pintado (1960), que mostra duas latas de cerveja. Participa, com John Cage em decorações de happenings, e nas coreografias de Merce Cunningham. Os anos 60 representam para Johns o reconhecimento das suas obras na Europa, primeiro em 1961, com uma exposição individual em Paris, e depois, em 1964, na Bienal de Veneza. Este reconhecimento a Johns, abre também as portas da Europa à cultura norte-americana.
Anos 70
Até ao final dos anos 60, e década de 70, a obra de Jasper Johns mantém os seus habituais motivos de bandeiras, alvos e números. No entanto, em
1967, Johns introduz nos seus quadros o padrão flagstones, como é exemplo disso Luz de Harlem, que lembra uma parede pintada de forma irregular. Mais tarde, já nos anos 70, Johns desenvolve esta ideia criando os crosswatchings (traços coloridos, paralelos e sobrepostos), de que são exemplo os seus quadros Mulheres Chorosas (1975), A Árvore do Cabeleireiro (1975) ou Usuyuki (1978). Este novo padrão é, de alguma forma, uma memória do expressionismo abstracto de gerações anteriores.
Os anos 80, são um misto de regresso às origens, com o seu lado
abstracto da década anterior. Os seus quadros apresentam, de novo, as bandeiras, acompanhadas de colagens e de crosswatchings, como se vê em Ventríloquo (1983), ou no conjunto As Quatro Estações (1986), apresentada, e premiada, na Bienal de Veneza em 1988.
Atualmente
No ano de
1998, o Metropolitan Museum of Art, em Nova Iorque, pagou cerca de 20 milhões de dólares pelo seu trabalho de 1955, A Bandeira Branca.
Em
2006, um grupo de colecionadores privados adquiriu o quadro Falsa Partida, de 1959, por 80 milhões de dólares.
Ele também fez uma participação especial no seriado o
Simpsons como ele mesmo.
John Jaspers reside, atualmente em Sharon,
Connecticut, nos Estados Unidos.

Décadas

Esse site fala sobre as décadas :
http://pt.wikipedia.org/wiki/D%C3%A9cadas
Excelente material !

Amor e sexo !

Esse site mostra um pouco sobre a música "Amor e sexo "
Vale a pena conferir :)

Guernica- Pablo Picasso


Um dos quadros que melhor transmite todo o desespero advindo da guerra é o intemporal Guernica de Pablo Picasso, fazendo plena justiça à expressão "uma imagem vale por mil palavras". No início de mais um ano, quase no fim do milénio, aqui neste cantinho do Mundo Ocidental, é tempo de pensar no outro Mundo, cujos povos vivem em palco de guerra, e para os quais nada resta senão esperar por dias de paz.
Picasso não tinha sido muito afectado pela I Guerra Mundial e só com a Guerra Civil Espanhola se interessou por política, tornando-se vivamente solidário com os republicanos. As fotografias que aparecem na imprensa no ínicio de Maio de 1937 relativas ao bombardeamento de Guernica (antiga capital do País Basco) em 36 de Abril tocam-no profundamente. Passado pouco mais de um mês e após 45 estudos preliminares, sai do seu atelier de Paris o painél Guernica (3.50x7.82 m) para ser colocado na frontaria do pavilhão espanhol da Exposição de Paris de 1937 dedicada ao progresso e à paz.

Rapidamente o painél se transforma num objecto de protesto e denúncia contra a violência, a guerra e a barbárie: "O quadro converte-se numa manifestação da cultura na luta política, ou melhor dizendo, no símbolo da cultura que se opõe à violência: Picasso opõe a criação do artista à destruição da guerra"(1).

Donde vem a genial monumentalidade que faz de Guernica uma obra tão singular? Na minha opinião, o seu poder advém da carga emotiva que possui. Efectivamente, o painél não representa o próprio acontecimento, o bombardeamento de Guernica, mas "evoca, por uma série de poderosas imagens, a agonia da guerra total"(2), chegando a constituir uma visão profética da desgraça da guerra que nos ameaça hoje e que nos ameaçará no próximo século que segundo S. Huntington "se caracterizará por muitos conflitos de pequenas dimensões"(3), devido em grande parte à existência, na actualidade, de mais de meia centena de estados fragéis e desintegrados.
De facto, a destruição de Guernica foi a primeira demonstração da técnica de bombardeamentos de saturação, mais tarde empregue na II Guerra. Picasso já em fase pós-cubista, consegue aqui tornar o acto pictórico na narração objectiva da ideia que formou perante o acontecimento e da emoção que sentiu. Com ele,"a pintura carrega consigo o seu património de experiências emocionais" deixando de ser "um ideal abstracto de beleza formal ou de representação lírica da aparência vísivel"2. Citando o artista: "Quando alguém deseja exprimir a guerra, pode achar que é mais elegante e literário representá-la por um arco e uma flecha, que de facto, são estéticamente mais belos, mas quanto a mim (...) utilizaria uma metralhadora"(4).

Tecnicamente tudo em Guernica contribui para a transmissão de emoções avassaladoras a começar pelo uso da técnica de "collage" de que Picasso e Braque tinham sido pioneiros em 1911-12 e que o primeiro aqui retoma, já não "colando" objectos na superfície do quadro mas pintando como se fizesse colagens; com este Cubismo de Colagens cria-se um conceito de espaço pictórico radicalmente novo não criado por nenhum artifício ilusionista mas pela sobreposição dos "recortes" planos, neste caso especifíco em tons de preto e cinzento atravessados por claridades brancas e amareladas, numa total ausência da cor, inexoravelmente evocativa da morte.
A par disso, Picasso recorre a formas dramáticas, violentas, a fragmentações e metamorfoses anatómicas que se por um lado criam figuras que não aderem a nenhum modelo "real", por outro exprimem toda a realidade e agonia da dor insuportável. A comprovar isso atente-se nas várias figuras que o pintor representa neste quadro que aparentemente livre, obedece contudo a um rigoroso esquema em termos de construção (imagine-se a tela dividida em 4 rectângulos, com um triângulo cujo vértice corresponde ao eixo vertical que a divide em duas partes iguais): a mãe chorando a morte do filho (descendentes da Pietà...) e o ameaçador touro de cabeça humana, no 1º rectângulo, o "olho" luminoso do candeeiro que derrama uma luz inóspita (no 2º), a mulher com a lâmpada na mão recordando-nos a Estátua da Liberdade
(no 3º) e o homem que em desespero levanta os braços ao céu (no 4º). Repare-se ainda no cadáver empunhando a espada partida (um emblema da resistência heróica) e o cavalo ferido que aparecem no referido triângulo. O cavalo é à semelhança do touro uma figura saída da mitologia espanhola; representa o povo que agoniza sob o jugo opressor do touro, símbolo da brutalidade, das forças do mal.

Hoje, olhar para Guernica é partilhar o horror que Picasso sentiu há 59 anos perante as imagens da destruição da povoação. Por isso, aqui vai um desejo para o novo ano: que em 1996 tratados como os de Dayton não fiquem pelo papel e que haja sempre um pensamento na mente dos homens: GUERNICA NUNCA MAIS!

(1) in "Entender a Pintura", suplemento nº 2 da revista "Artes & Leilões", tradução de Margarida Viegas.
(2) H. W. JANSON: "História de Arte", 4ª Edição, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa 1989.
(3) CARDOSO,José: "O Terror Supremo", REVISTA do Expresso, 23 de Dezembro de 1995.
(4) SECKLER, J.:"New Masses", 3 de Julho de 1945, citado em "Entender a Pintura", suplemento nº 2 da revista "Artes & Leilões", tradução de Margarida Viegas.

Sucking Foot

Ficha Técnica:

Título Original: Sucking
Gênero: Terror/ Suspense
Tempo de duração: 19 min.
Ano de lançamento (Brasil): Ainda não foi lançado.
Site oficial: Por enquanto nenhum.
Estúdio: Énoisquitá Films
Distribuição: Por enquanto nenhuma.
Direção: Layla Duarte
Roteiro: Layla Duarte/ Luiza Scarpanti/ Jade Souza/ Giovana Depicoli/ Mayara Marra
Produção: Layla Duarte/ Luiza Scarpanti/ Jade Souza/ Bianca Salmeron/ Giovana Depicoli/ Mayara Marra/ Lucas José/ Gustavo Nascimento/
Fotografia: Layla Duarte/ Jade Souza/ Giovana Depicoli
Direção de Arte: Layla Duarte
Edição: Layla Duarte/ Jade Souza
Elenco:
  • Layla Duarte - Suzete
  • Jade Souza - Janice
  • Mayara Marra- Xhaylane
  • Luiza Scarpanti- Sugapé (Sucking Foot)
  • Bianca Salmeron- Catarina
  • Giovana Depicoli- Madalena
  • Lucas José- Ricardo
  • Gustavo Nascimento- Cristiano
Sinopse:
... Essa é a história de uma cientista especializada em criação de novas fórmulas, seu nome é Lucycreide, ela tem 40 anos, e não tem sorte em nada na vida. Ela vai trabalhar em uma clínica, e a partir de um momento em que algo extraordinário acontece no laboratório, sua vida muda de vez para pior e ela ganha dons, ela já sabia que sua vida era horrível, mais não sabia que poderia virar um inferno...

Argumento

Na lógica, um argumento é um conjunto de uma ou mais sentenças declarativas (ou "proposições") conhecidas como premissas, acompanhada de uma outra frase declarativa que é conhecida como conclusão.
Um argumento dedutivo afirma que a verdade de uma conclusão é uma consequência lógica das
premissas que o antecedem.
Um argumento indutivo afirma que a verdade da conclusão é apenas apoiada pelas premissas.
Toda premissa, assim como toda conclusão, - apenas pode ser verdadeira ou falsa; nunca pode ser ambígua.
Em funçao disso, as frases que apresentam um argumento são referidas como sendo verdadeiras ou falsas, e em consequência, são válidas ou são inválidas.
Alguns autores referem-se à conclusão das premissas usando os termos declaração, frase, afirmação ou proposição.
A razão para a preocupação com a verdade é
ontológica quanto ao significado dos termos (proposições) em particular. Seja qual termo for utilizado, toda premissa, bem como a conclusão, deve ser capaz apenas de ser verdadeira ou falsa e nada mais: elas devem ser "truthbearers" ("portadores de verdade", em inglês).

Decupagem

Decupagem (do francês découpage, derivado do verbo découper, recortar) significa, originalmente, o ato de recortar, ou cortar dando forma. Na indústria, indica um processo de fabricação de peças metálicas por recorte de superfície. Nas artes decorativas, um sistema de colagem de papel e papelão sobre objetos.

Em cinema e audiovisual, decupagem é o planejamento da filmagem, a divisão de uma cena em planos e a previsão de como estes planos vão se ligar uns aos outros através de cortes.
Decupagem como roteiro técnico
Segundo o "Dicionário teórico e crítico de cinema" de
Jacques Aumont e Michel Marie, o termo decupagem começou a ser usado em cinema na década de 1910, com a padronização da realização dos filmes, e designava a princípio um instrumento de trabalho, o "roteiro decupado" ou "roteiro técnico", último estágio do planejamento do filme, em que todas as indicações técnicas (posição e movimento de câmara, lente a ser utilizada, personagens e partes do cenário que estão em quadro, etc.) eram colocadas no papel para organizar e facilitar o trabalho da equipe.
Em inglês, o roteiro decupado é chamado de shooting script; em espanhol, de guión técnico.
Decupagem como ordenação dos planos
A partir dos anos
1940, a palavra decupagem migra do campo da realização para o da crítica, passando a designar a estrutura do filme como conjunto ordenado de planos, tal como percebido pelo espectador atento.
É nesse sentido que
André Bazin cria a noção de decupagem clássica, oposta à do cinema fundado na montagem, apresentando-a a princípio em uma série de artigos para a revista Cahiers du Cinéma (1951), mais tarde reunidos em sua obra "Qu'est-ce que le cinéma?" (1958).
Decupagem como forma do filme
A definição de decupagem é retrabalhada pela corrente
neoformalista, especialmente por Noël Burch em seu livro "Práxis do cinema" (1969).
Considerando o filme como uma série de fatias de espaço (o enquadramento de cada plano, fixo ou em movimento) e de fatias de tempo (a duração de cada plano), Burch constrói um significado cumulativo para sua noção de decupagem: (a) a planificação por escrito de cada cena do filme, com indicações técnicas detalhadas; (b) o conjunto de escolhas feitas pelo realizador quando da filmagem, envolvendo planos e possíveis cortes; (c) "a feitura mais íntima da obra acabada, resultante da convergência de uma decupagem no espaço e de uma decupagem no tempo".
Ou seja: a decupagem de um filme, ou de cada cena de um filme, é um processo que começa na planificação, se concretiza na filmagem e assume sua forma definitiva na montagem.
Segundo Burch, nos anos 1950-1960, a noção de decupagem, com estes três sentidos sobrepostos, só existia em francês. O cineasta norte-americano, por exemplo, era obrigado a pensar em marcação (set-up) e montagem (cutting), como dois processos separados. "Se nunca lhe vem ao espírito que essas duas operações participam de um único e mesmo conceito, é talvez porque lhe falte uma palavra para o designar. E, se os progressos formais mais importantes dos últimos quinze anos foram executados na França, é talvez um pouco por uma questão de vocabulário."

terça-feira, 21 de setembro de 2010

STOP MOTION COMO EFEITO ESPECIAL

Muitas pessoas fizeram - e fazem até hoje - filmes extraordinários usando a técnica de Stop Motion. Essa técnica foi muito usada também nos filmes em que monstros e outras personagens fantásticas contracenam com atores de verdade. Bonecos feitos com muita arte e com engenhosos mecanismos de movimento eram filmados quadro a quadro. Em seguida a animação era composta sobre o filme no qual as imagens dos atores de verdade estavam gravadas.
Assim foi feito o primeiro filme de "King Kong", em 1933 por Willis O'Brien (1886-1962). O pai, a mãe, o avô dos efeitos especiais no cinema, o mais glorioso e lendário pioneiro. Toda evolução técnica - incluindo, a partir dos anos 80, os revolucionários efeitos digitais da Industrial Light and Magic de George Lucas - deve ser creditada à inventividade de Willis O'Brien. Nascido em Oackland na Califórnia, começou aos vinte anos, em 1906, a fazer desenhos para o "Daily News" de São Francisco. Aos poucos foi desenvolvendo e apurando a sua peculiar técnica de animação e, em 1918, estreou "The Ghost of Slumber Mountain", onde o cinema assistiu pela primeira vez à invasão de monstros pré-históricos vindos de outras eras para atacar a espécie humana. Em 1933 foi o ano de "King Kong. Aquele gorila imenso que a gente vê na tela contracenando com minúsculos atores apavorados era, na verdade, um boneco pequeno e inofensivo, que ganhava vida e tamanho por meio das técnicas de Stop Motion. Naquela época, usar Stop Motion para animar bonecos ainda era uma novidade. Ganhou finalmente um Oscar de efeitos especiais em outro filme que tinha como astro um macaco gigante, "Mighty Joe Young" (1949). Entre os muitos filmes que fez alguns se destacam pela maestria de seus efeitos:
· "Monster of the Past" (O Monstro do Passado) - Willis O'Brien EUA/1923 / tons de sépia e verde - Documentário sobre o mundo de dez milhões de anos atrás quando os répteis gigantes dominavam a Terra.
· "Prehistoric Poultry" (Aves Pré-Históricas) - Willis O'Brien EUA/1917/ P&B / Black & White - A bem-humorada história do Dinirnis, o mais antigo ancestral da moderna galinha. · "R.F.D 10.000 B.C." - Willis O'Brien EUA/ 1917 / P&B / Black &White - As aventuras e agruras do serviço de correios pré-histórico.
· "The Dinosaur and the Missing Link" (O Dinossauro e o Elo Perdido) - Willis O'Brien EUA/1915-1917 / P&B / Black & White - Primeiro filme de O'Brien no qual o diretor cria os primeiros personagens de animação equipados com esqueleto de metal. Wild Willie, o elo perdido, é o terror dos campos.
O americano Ray Harryhausen (1920) tinha apenas treze anos quando viu King Kong pela primeira vez. Ficou tão impressionado que procurou Willis O'Brien e aprendeu a fazer bonecos e filmes usando Stop Motion. Ele trabalhou também na série "Puppetoons" de George Pal. Ele estava em busca de novos desafios, e por isso trabalhou com os grandes animadores de sua época. Acabou por se tornar o grande mestre dessa arte e com ela criou cenas para filmes inesquecíveis, como "Jasão e os Argonautas" de 1963, "A Sétima Viagem de Simbad" de 1958, "A Fúria de Titãs" de 1981, entre muitos outros.Sua técnica única e expressiva contribuiu para a animação Stop Motion e inspirou toda uma geração de animadores e artistas de efeitos especiais.
George Lucas (1944) que na juventude era considerado um péssimo estudante, é atualmente um dos grandes nomes do entretenimento, um visionário e um grande homem de negócios. Ele começou sua carreira criando efeitos especiais para filmes "live-action", efeitos criados com a técnica Stop Motion. Ele foi o grande responsável pela mudança da indústria do cinema, tal como nós a conhecemos hoje. No início de sua carreira fez filmes em Stop Motion e atualmente ele utiliza efeitos criados no computador. É o que chamamos de Computação Gráfica, a evolução tecnológica do Stop Motion. Ele era um fanático por quadrinhos e depois que decidiu seguir carreira no cinema se tornou um excelente estudante entrando para a "University of Southern California". Anos depois ele começou a produzir "Star Wars, episódio 4" de 1977. Devido aos gigantescos desafios que a produção do filme exigia (por necessitar de efeitos que nunca foram utilizados antes), ele resolveu criar a Industrial Light and Magic, uma casa de efeitos especiais e um grande laboratório no qual todas as novas tecnologias eram estudadas e criadas, na tentativa de encontrar soluções para os problemas na produção do filme, desde som, edição e efeitos tudo foi reinventado. A pesquisa realizada e o envolvimento pessoal de Lucas foram fatores decisivos para que seus filmes se tornassem um grande sucesso e referência no mundo todo, além das grandes inovações tecnológicas que ele propiciou.
Phil Tippet (1951) aos 7 anos viu "The Seventh Voyage of Sinbad" e ficou impressionado com os efeitos criados por Harryhausen. Foi então que ele se apaixonou pela arte do Stop Motion. Na juventude experimentou várias técnicas e chegou a fazer filmes para a televisão. Foi contratado pela ILM (Industrial Light and Magic), de George Lucas para trabalhar na produção de Star Wars. Devido à sua incrível contribuição no "Retorno de Jedi", Phil recebeu o prêmio da Academia. Ele foi o animador do filme "Dragonslayer" de 1980 quando aperfeiçoou o sistema Go-motion. O Go-motion é uma técnica que utiliza recursos de computador para animar bonecos em movimento, com característica realísticas, como um verdadeiro ser humano. Quando vemos um filme live-action quadro-a-quadro, as pessoas que estão em movimento aparecem desfocadas, já na animação Stop Motion, ao ser vista quadro-a-quadro conseguimos ver com clareza todos os movimentos do boneco. Por isso quando se mistura live-action e animação Stop Motion o resultado fica artificial. Devido a este problema foi desenvolvido o Go-motion. Ele tem a vantagem da repetição, porque o computador memoriza e incrementa os movimentos dos bonecos e consegue reproduzí-lo exatamente como os de um ser humano.

Stop Motion

Stop motion (do inglês que significa movimento parado) é uma técnica de animação fotograma a fotograma (ou quadro a quadro) com recurso a uma máquina de filmar, máquina fotográfica ou por computador. Utilizam-se modelos reais em diversos materiais, dentro dos mais comuns, estão a massa de modelar, ou especificamente massinha (em Portugal, plasticina). Muitos contêm sistema de juntas mecânico, com mecanismos de articulações muito complexos. No cinema o material utilizado tem que ser mais resistente e maleável, visto que os modelos têm que durar meses, pois para cada segundo de filme são necessárias aproximadamente 24 quadros (frames).

Os modelos são movimentados e fotografados quadro a quadro. Estes quadros são posteriormente montados em uma película cinematográfica, criando a impressão de movimento. Nesta fase podem ser acrescentados efeitos sonoros como fala ou música. Um dos muitos filmes feito com a técnica de stop motion foi O Estranho Mundo de Jack (1993), de Tim Burton. Outros como A Fuga das Galinhas, A Noiva Cadáver, Wallace e Gromit, Coraline e o Mundo Secreto, O Fantastico Sr. Raposo (2009), de Wes Anderson, são exemplos de filmes em stop motion. São várias as vertentes do cinema criado com esta ideologia, majoritariamente trabalhos de animação, pelo o que os trabalhos ficam com um toque característico distinto.

Atualmente no Brasil a produtora Animaking esta produzindo um longa metragem na técnica stop motion chamado Minhocas, onde o Brasil será o primeiro país da América Latina a produzir em tal técnica.

Portugal também tem algumas animações em stop motion ou o vedadeiro "boneco animado", sendo a mais relevante nestes últimos temos a galardoada curta A Suspeita de José Miguel Ribeiro.
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Stop Motion é a técnica de animação na qual o animador trabalha fotografando objetos, fotograma por fotograma, ou seja, quadro a quadro. Entre um fotograma e outro, o animador muda um pouco a posição dos objetos. Quando o filme é projetado a 24 fotogramas por segundo, temos a ilusão de que os objetos estão se movimentando.Essa ilusão de movimento é devida à Persistência Retiniana. Quando a retina dos seus olhos está excitada pela luz ela envia impulsos para o cérebro, que por sua vez, são interpretados como imagem pelo córtex cerebral. As células da retina continuam a enviar impulsos mesmo depois da luz ser removida. Isso continua por algumas frações de segundos até as células da retina voltarem ao normal. Enquanto isso, o cérebro continua a receber estímulos da retina, e estes impulsos permanecem como uma imagem vinda da fonte luminosa, caracterizando assim o fenômeno da Persistência Retiniana. Por isso, se nesse intervalo de permanência da imagem nós sobrepusermos uma nova figura, tem-se a ilusão de movimento.Aproveitando-se dessa ilusão, foram criadas as mais diversas técnicas para se fazer um filme de animação. Só na animação Stop Motion, já foram criadas animações com recortes, com bonecos, massinha, arame, objetos, etc.
George Mélies (1861-1938) era um grande mágico ilusionista francês que viu no cinema uma extensão natural de sua arte, que possibilitaria resultados incríveis às suas transformações, metamorfoses e misteriosos truques de desaparecimento. As bases para seus fantásticos filmes eram contos de fadas, contos populares e as sagas de ficção científica de Júlio Verne. O Stop Action ou Stop Motion possibilitou a Meliés criar incríveis ilusões como foi feito, por exemplo, em uma de suas obras-primas "Viagem à Lua" de 1902. Ele foi o primeiro a criar efeitos e truques incríveis em seus filmes. Ele já usava o processo primordial da animação em Stop Motion: filmava uma imagem, parava a câmera, alterava a imagem, filmava novamente, parava a câmera e alterava de novo a imagem.
Aproveitando a popularidade dos cartuns e das histórias em quadrinhos, por volta de 1897 nos Estados Unidos, um cartunista de origem inglesa chamado James Stuart Blackton, considerado o pai do cinema de animação americano, fundou um estúdio, junto com um mágico e um ilusionista, Albert E. Smith e Ronald A. Reader. Ali pretendiam fazer filmes com talento e criatividade. O estúdio Vitagraph acabou se tornando um dos mais importantes da época. Os três artistas desenvolveram também algumas técnicas de animação.Blackton foi o que mais experimentou nessa área. Um de seus filmes mais famosos foi "O Hotel Mal-assombrado" de 1906. Nesse filme (live-action) o público podia ver, pela primeira vez, uma faca fantasma se movendo sozinha, cortando, macabramente, um pão em fatias... e muitas outras coisas do tipo.O filme fez um sucesso imenso. As pessoas ficaram curiosíssimas, não conseguiam descobrir como as artistas tinham feito tudo aquilo. Muito simples: os objetos foram filmados em vários fotogramas, mas com um detalhe: entre um fotograma e outro, os artistas mudavam um pouco as posições dos objetos. Quando o filme era exibido, tinha-se a impressão de que eles estavam se movendo sozinhos. Essa técnica ficou conhecida como Stop Motion; por meio dela, objetos imóveis são usados para criar a ilusão de movimento.
Por volta de 1905, paralelamente às descobertas de Blackton nos Estados Unidos, um espanhol chamado Segundo de Chomón realizava experiências em animação e lançava uma de suas mais famosas obras usando recursos de Stop Motion, "El Hotel Eléctrico". Chomón foi convidado a trabalhar em Paris com os irmãos Pathé, que desejavam competir com Meliés no terreno da fantasia. O filme de Chomón era parecido com o de Blackton, mas os defensores deste animador espanhol atribuem a ele o título de pai da animação, já que seu filme foi feito primeiro que o de Blackton, e de suas inúmeras contribuições ao cinema, desde o primeiro "morphing" em seu filme "La licuefacción de los cuerpos duros", de 1909 até uma obra extensa e repleta de criatividade.
disputa por quem fez o primeiro filme Stop Motion é acirrada. Outro animador a quem se atribui as primeiras experiências em Stop-Motion é o inglês Arthur Melbourne Cooper. Ele realizou em 1906 "Noah´s Ark" e em 1908 "Dreams of Toyland". Esse segundo contava a estória de brinquedos que ganhavam vida enquanto as crianças dormiam, o que se tornou um tema recorrente na animação. Mas a técnica de filmar ao ar livre de Cooper produzia um estranho efeito em Stop Motion devido ao movimento de rotação da Terra, produzindo estranhas sombras saltadas. É atribuído a Cooper o uso, pela primeira vez, da animação em propaganda.Enquanto isso, em outro filme, os rapazes da Vitagraph criaram uma batalha de navios, conseguindo efeitos incríveis com miniaturas de barcos de papel, um cenário com água de verdade, fumaça de cigarros e pipoco de pólvora. Foi a primeira vez que alguém usou efeitos especiais em animação de miniaturas.
Émile Cohl, nasceu em Paris (1857-1938). Ele fazia um pouco de tudo: era bom em caricatura, fotografia, pintura, poesia, escrevia comédias e, ainda por cima era louco por todo tipo de truques e mágicas. Pois Émile Cohl foi assistir a "O Hotel Mal-Assombrado", de Blackton, e ficou curioso, tentando descobrir como todos aqueles truques tinham sido feitos.Algum tempo depois (1908), realizou seu primeiro filme, que se chamou "Fantasmagorie". O filme era parecido com o de Blackton, mas tinha muito mais desenhos. No filme de Émile Cohl, a história era contada por meio de desenhos que se moviam na tela, e não de truques feitos com objetos reais. Depois desse primeiro filme ele realizou mais de 250 filmes de animação, nos quais experimentou de tudo: Stop Motion, efeitos especiais e até mesmo desenhar na película.
Neste período o Leste Europeu começou a se destacar na arte da animação, especialmente na animação em Stop Motion, deixando um legado de grandes mestres nesta técnica.Brinquedos animados e bonecos são figuras recorrentes nos filmes do pioneiro em animação de bonecos do Leste Europeu, Ladislaw Starevicz (1882-1965). Starevicz era um excelente fotógrafo e um amante de entomologia, por isso resolveu adotar a técnica de Stop-Motion para mostrar o comportamento dos insetos. Suas primeiras animações foram com besouros e um de seus primeiros filmes "The Beautiful Leukanida" de 1910 foi um sucesso. O efeito foi tão surpreendente e a princípio inexplicável, que alguns jornalistas ingleses disseram que Starevicz filmara insetos vivos, treinados habilmente por um cientista russo. Algum tempo e muitos filmes depois, Starevicz reconheceu que seus personagens insetos eram limitados e começou a fazer filmes com bonecos, como "Town rat and Country Rat" de 1926, entre outros.
Starewicz inventou o filme de animação 3-D de movimentos interruptos (filme de bonecos) em 1910 e continuou produzindo com esta técnica mesmo depois de se aposentar em 1959 e até morrer, em 1965. Embora dirigidos emocionalmente para o público infantil, seus filmes seriam considerados "estranhos" hoje, devido às personagens e situações muitas vezes grotescas ... mas sem esquecer que o "infantil" do início do século XX era muito mais intenso do que se produz para crianças hoje em dia! Seu bonecos incluem bichos minimamente antropomórficos e bastante realísticos, tais como sapos e insetos, ursos e coelhos ou brinquedos e hortaliças demoníacas. A maioria dos seus filmes fascinantes tem duração de menos de 15 minutos e é tecnicamente impressionante, mesmo à luz dos padrões atuais. Pouca ou nenhuma fiação é visível nas cenas extremamente complexas, mesclando coisas como dezenas de bonecos intricados, em movimento simultâneo com folhas balançando ao vento, luzes ondulando ritmicamente, água com marolas e pessoas reais em retro-projeção. Um de seus filmes mais impressionantes é "The Mascot" - 1934. "O Mascote" é de longe o mais famoso dos filmes de Starewicz. Apareceu em diversos formatos ao longo dos anos, tendo sido veiculado freqüentemente até no programa de televisão "Night Flight" da USA, nos anos oitenta. A história gira em torno de um boneco-cachorro que ganha vida enquanto a pobre senhora que o está confeccionando costura uma lágrima dentro do seu peito. Ela tem uma filha cujo maior desejo na vida é ter "uma laranja". E como os tempos mudaram! O cachorro atravessa o inferno para pegar a laranja, lutando contra tudo quanto é demônio, bonecos e até o próprio Satanás.
George Pal nasceu (1908-1980) em uma família húngara de tradição teatral. Mas o nazismo e a conseqüente Segunda Guerra Mundial acabou por dar a Pal a oportunidade de ir para os Estados Unidos, mais especificamente Hollywood. E foi lá que Pal influenciou a indústria do cinema e moldou a imaginação de toda uma geração de cineastas. Contratado pela Paramount ele criou uma série de curtas de animação chamada "George Pal Puppetoons". Na série ele utilizava bonecos de madeira meticulosamente cavados e fotografados para criar uma animação tridimensional que nunca havia sido vista antes. Bonecos que giravam e rodopiavam num salão de baile ao som de uma valsa de Strauss. Os "Puppetoons" deram a Pal um prêmio da Academia, o primeiro dos cinco de sua carreira.George Pal será sempre lembrado como um brilhante visionário que transformou profundamente a arte dos filmes de animação. Como animador, Pal foi um pioneiro da animação Stop Motion. Nos anos 50 ele trouxe esse tipo de animação para os filmes live-action como "A Guerra dos Mundos", "A Máquina do Tempo" e "As 7 faces do Dr. Lao". A influência de Pal no cinema pode ser percebida atualmente nos trabalhos de George Lucas, Steven Spielberg e Gene Roddenberry.
A própria Disney, devido aos bons resultados conseguidos por animadores da época como George Pal, resolveu investir na animação Stop Motion. Surgiram assim dois filmes: "Noah´s Ark" de 1959 e "Symposium on Popular Songs" de 1962. Apesar de terem sido indicados ao Oscar não tiveram grande repercussão e por isso a Disney resolveu deixar a técnica de lado.
Considerado o primeiro artista internacional, o tchecoslovaco Jiri Trnka (1910-1969), deixou grandes contribuições para o Stop Motion visando uma animação universal. Ele fez a escola de Praga, que era especializada em Stop Motion. Em animação, o grande desafio é fazer com que suas criações pareçam estar agindo segundo sua própria vontade, que tenham personalidade, que tenham alma e não que estejam sendo movidos por alguém. Os bonecos de Trnka realmente possuem alma. São animados com maestria, nos encantam e emocionam. A poesia é freqüente em seu trabalho. A arte de Trnka faz com que recortes de papel ganhem vida, como no filme "The Merry Circus". Seu último filme "The Hand", é sem dúvida um de seus mais significativos filmes, representa a condição humana de lutar por sua liberdade de expressão em um regime totalitarista. Sua contribuição para o cinema de animação não tem preço.
Outro grande animador tcheco foi Jan Svankmajer, nasceu em Praga em 1934 e vive lá até hoje. Suas obras são caracterizadas pelo humor negro, representação de um mundo decadente, claustrofobia e confusão kafkiana. Como no filme de 1989 "Darkness, Light, Darkness". Jan Svankmajer é um dos grandes nomes da animação tcheca. Ele estudou na Escola de Praga, no departamento de bonecos. Fez seu primeiro filme em 1964 e durante 30 anos fez alguns dos mais memoráveis filmes de animação, influenciando cineastas e animadores desde Tim Burton aos irmãos Quay. Suas histórias são repletas de elementos surreais e macabros. Seu domínio da técnica é perfeito, seja ela argila, massinha ou criação de objetos e bonecos.
Foram muito influenciados por Svankmajer , os irmãos Quay. Stephen e Timothy Quay nasceram próximo à Philadelphia em 1947. Depois de estudar no "Philapdelphia College of Art", eles se mudaram para Londres e entraram para o "Royal College of Art" onde fizeram seu primeiro filme de animação. Depois de ganharem um prêmio pelo filme "Nocturna Artificialia" em 1980, eles fundaram o Konick Studios em Londres, juntamente com Keith Griffins, que eles conheceram no "Royal College of Art".Eles se inspiraram em animadores, compositores e escritores do Leste Europeu, o que exerceu um estranho efeito em seus filmes, cuja estética possui um ar misterioso, fragmentos poéticos, trechos de músicas, um tratamento especial da luz e suas mórbidas texturas sendo que todos esses elementos contribuem para a originalidade de suas produções. Como no filme "The Cabinet Of Jan Svankmajer" de 1984, feito em homenagem ao grande animador tcheco que tanto os influenciou. Os irmãos Quay possuem uma grande paixão por detalhes, um excelente controle da cor e das texturas e uma grande habilidade no uso da câmera. Eles são verdadeiros mestres das miniaturas, em seus pequenos sets eles criam mundos inesquecíveis, paisagens sugestivas de sonhos infantis reprimidos. Seus filmes não são restritos ao tempo, eles preferem investigar o que eles chamam de poesia das sombras em um ambiente de segredos e conspirações.
Um dos mais marcantes animadores da atualidade é Garri Bardin, de origem russa. Ele não se considera um animador convencional e sim um experimentador. Ele começou escrevendo roteiros, e decidiu fazer seus próprios filmes quando não ficou satisfeito com a interpretação e realização de seu primeiro trabalho. Em suas animações Bardin utiliza o método tradicional de animação Stop Motion, sem o uso do computador. Ele também faz curtas live-action. Ser um animador russo hoje em dia não é fácil. Nos tempos da União Soviética ele era pago regularmente, mas hoje em dia há muitos problemas em se conseguir verba para fazer os filmes. Mas mesmo assim, com o mínimo de recursos ele consegue resultados maravilhosos como no filme "The Colling Prankster" de 1987, todo feito em arame. Roteiros criativos e cheios de significado são característicos em sua obra.
Foi em 1982 que um jovem artista americano chamado Tim Burton (1958), que trabalhava na Disney, resolveu trazer à tona uma bizarra idéia: fazer um curta de terror em Stop Motion para crianças! "Vincent" conta a história de um estranho garotinho que sonha ser como o seu ídolo, o famoso artista de filmes de terror Vincent Price. O boneco criado por Burton era anguloso, de formato desconfortável, bizarro. O filme foi feito todo em preto e branco com narração do próprio Vincent Price. O filme não podia ser considerado um filme Disney. Burton seguiu carreira fazendo filmes live-action, mas uma idéia que ele tivera nos tempos que ainda trabalhava na Disney ainda o atormentava. Foi então que ele resolveu colocá-la em prática e começou a produzir o filme que hoje se tornou referência quando se fala em Stop Motion, "O Estranho Mundo de Jack"de 1993.A produção do filme "O Estranho Mundo de Jack" reuniu os melhores animadores Stop Motion da atualidade. Foi também o primeiro filme Stop Motion a ser distribuído no mundo todo. A construção dos assustadores personagens foi meticulosamente planejada para que eles realmente se parecessem com os rascunhos de Burton. Os sets eram elaborados com grotescas construções criando um mundo surreal, repleto de texturas estranhas. Foram feitos 227 bonecos, incluindo vampiros, fantasmas, lobisomens, múmias e muito mais. Muitos deles com várias cabeças ou faces para serem substituídas durante o processo de animação, que foram muito bem executados, numa sofisticada versão dos métodos usados anos antes por George Pal.
"O Estranho Mundo de Jack" foi dirigido pelo talentoso animador Henry Sellick, que logo após o estrondoso sucesso do filme foi convidado pela Disney a fazer "James e o Pêssego Gigante" de 1996, uma história baseada no livro infantil de mesmo nome de Roald Dahl. Apesar da boa história e personagens originais o filme não fez o mesmo sucesso.
O Studio Aardman foi fundado por Peter Lord e David Sproxton há mais de 20 anos atrás. Seus primeiros filmes foram criados na mesa da cozinha com modelos de massinha e pouco equipamento. Eles consideravam a animação um hobby e experimentaram muitas coisas desde a adolescência. Devido ao pai de David trabalhar na BBC e possuir uma câmera eles começaram a criar seus próprios filmes desde muito cedo. Alguns de seus filmes foram comprados pela BBC para serem mostrados em uma série de animação feita especialmente para crianças surdas. O personagem criado por eles se chamava Aardman e foi aí que começou uma história de sucessos. Pioneiros em criar filmes animados por personagens modelados, eles logo passaram a produzir curtas sofisticados, comerciais e programas para a televisão. Peter Lord recebeu duas indicações para o prêmio da Academia por seus filmes "Adam" de 1991 e "Wat´s Pig" de 1996. Lord também é o criador do Morph, o popular personagem de massinha para a BBC.
Mais tarde, quando os Estúdios Aardman se consagraram, juntou-se a eles um talentoso animador chamado Nick Park. Ele nasceu em Preston na Inglaterra em 1958. Começou a animar aos 13 anos e tem trabalhado em vários projetos desde então. Nick ganhou três prêmios da Academia por seus filmes "Creature Comforts" de 1989, "The Wrong Trousers" de 1993 e "A Close Shave" de 1995 . O Studio Aardman fez seu primeiro longa metragem "A Fuga das Galinhas" de 2000. Eles passaram 4 anos produzindo o filme e seu resultado é fantástico. O filme é dirigido por Peter Lord e Nick Park e conta a história de galinhas que estão determinadas a fugir de sua granja, que é semelhante a um campo de concentração.
Will Vinton nasceu em 1948 em McMinnville, Oregon, nos Estados Unidos. Ele estudou na Universidade da California em Berkeley e estudou arquitetura e física. Fascinado pelo design fluido das obras de Gaudi, ele começou a experimentar uma mistura de massinha e filme. Depois de se formar, Vinton entrou no mundo das produções, trabalhou como diretor, técnico de som e editor em uma variedade de projetos. Em 1975, "Closed Mondays", um filme em que ele co-criou com Bob Gardiner, ganhou o prêmio da Academia de melhor filme de animação. Algum tempo depois ele fundou o Will Vinton Studios. Trabalha em projetos para a televisão e cinema, sejam eles comerciais, programas ou filmes. Seus personagens parecem ter vida e personalidade própria. Você pode ver emoção em seus rostos e senti-la em seus movimentos. O Will Vinton Studios trabalha com animação dimensional, seja ela feita em computação gráfica ou Stop Motion.Entre alguns de seus trabalhos mais famosos estão o vídeo em que a boneca Barbie, da Mattel, ganha vida pela primeira vez em "Dance! Workout With Barbie®" e os bonecos M&M criados para a campanhas da Mars. Eles fizeram também trabalhos para alguns clipes do Michael Jackson e para a Disney, entre outros.

Trilha Sonora

Site com Trilhas Sonoras, vale a pena conferir :)
Uma trilha-sonora (português brasileiro) ou banda sonora (português europeu), conhecida em inglês como soundtrack é, tecnicamente falando, "todo o conjunto sonoro de um filme, incluindo além da música, os efeitos sonoros e os diálogos." Isso também inclui peças de um programa de televisão ou de jogos eletrônicos. Pode incluir música original, criada de propósito para o filme, ou outras peças musicais, canções e excertos de obras musicais anteriores ao filme. A definição de "trilha sonora" se expandiu na década de 1990, com coletâneas do tipo "Music Inspired By".Alguns exemplos bem sucedidos dessa tendência foram as trilhas de O Corvo (nos EUA) e Trainspotting (no Reino Unido).

Um filme pode popularizar uma obra musical já existente, mas menos conhecida pelo grande público. 2001 - Uma Odisseia no Espaço deu uma popularidade sem precedentes ao poema sinfónico Assim falou Zaratustra, de Richard Strauss. O filme Elvira Madigan, de Bo Widerberg, ao utilizar o concerto para piano n.º 21 de Wolfgang Amadeus Mozart, popularizou de tal forma esse tema musical que, apesar de já existir há muito, passou a ser cognominado de Elvira Madigan.

As edições das bandas sonoras em álbum têm sido lançadas de dois modos: ou se trata da edição da banda sonora de um filme ou são colecções de várias peças de um certo autor criadas especificamente para alguns filmes - como, por exemplo, Bernard Herrmann, Ennio Morricone ou Nino Rota.
História
Desde a primeira e histórica projeção dos irmãos
Lumière, em 1895, as imagens da 7º arte já tinham um acompanhamento musical. Porém, o fundo musical era geralmente uma improvisação solo feita por pianistas ou organistas, e a música raramente coincidia com as narrativas da tela. À partir de 1910 começaram a ser editadas partituras para piano e orquestra, que transmitiriam os "climas" apropriados para cenas específicas. No entanto, o problema de sincronização entre cena e trilha sonora ainda não tinha sido resolvido. Só na década seguinte se chegou à uma solução para este impasse, com a encomenda dos primeiros scores, ou seja: música incidental feita exclusivamente para determinado filme.
Categorias:
\o/ Banda sonora para a televisão
-*-Bandas sonoras televisivas
-*-Hinos desportivos (português europeu) ou Hinos esportivos (português brasileiro)
\o/Gravações do elenco
-*-Musicais
-*-Peças de teatro
Bandas sonoras cinematográficas

As banda sonora para cinema (português europeu) ou trilha-sonora para cinema (português brasileiro), tais como as televisivas, normalmente incluem excertos da música instrumental composta para o filme (ou programa televisivo) e canções que nele se ouvem.
Na década de 1990, popularizou-se o conceito de inclusão de canções inspiradas pelo filme (ou programa). De um modo geral, tratava-se apenas de uma jogada de marketing para atingir mais público, e os álbuns sofreram com tal. Um crítico apontou essa tendência como o sintoma de um "gradativo empobrecimento que a música do cinema sofreu" no últimos tempos. No entanto, alguns desses álbuns eram bastante superiores à média.
De qualquer modo, as bandas sonoras assemelham-se a álbuns de compilações de vários intérpretes.
Música do filme
A música do filme está de harmonia com o diálogo e a imagem, estabelecendo o tom de um filme. Independentemente de ser clássica, jazz, electrónica ou qualquer outro género, todo o material musical expressamente composto ou exibido num filme pode ser definido como a música do filme.
Pelo contrário, um álbum que seja uma banda sonora não contém necessariamente a música do filme, uma vez que muitas das canções que apresenta podem não ter sido gravadas tendo o filme como objectivo (por exemplo, as constantes em American Graffiti, The Big Chill, Dirty Dancing) ou podem nem ter sido exibidas no filme (por exemplo, Batman Forever).
Música de desenhos animados
As origens da história da música de
desenhos animados estão intimamente ligadas ao trabalho do compositor Carl Stalling, o qual trabalhou nos estúdios de animação Warner Bros. durante duas décadas.
Stalling trilhou um novo caminho ao seguir a trajectória visual da acção no écran por oposição às regras aceites de composição. O resultado - não alicerçado nos tradicionais tempo, ritmo e desenvolvimento temático - foi de grande extremismo, à medida que a melodia, o estilo e a forma se misturavam em som e imagem intimamente ligados.
Essa fórmula continua a ser a actualmente utilizada nas composições desenvolvidas para a animação, embora, desde a era do rock, as canções pop também tenham destaque nas produções de desenhos animados, por vezes com vultos da pop, como
Celine Dion e Peabo Bryson , Elton John e Phil Collins.
Algumas séries televisivas de animação foram também baseadas em bandas de rock ficcionais como Josie & the Pussycats e Jabberjaw (nota: esta última foi exibida no
Brasil com o nome Tutubarão).
Música de espionagem
Os filmes de espionagem são um género cinematográfico popular desde a década de 1960. Não só os filmes são bem conhecidos, como a sua música também. De facto, a música que exibiam tornou-se quase inseparável deles próprios, em especial no caso do agente secreto
James Bond. A música de John Barry definiu o tom musical do género, cujos princípios têm sido seguidos desde então.
Música de competições esportivas artísticas
As músicas utilizadas em competições esportivas artísticas como
ginástica e patinação no gelo. São partes da apresentação que não pontuadas na competição, mas que são insdispensáveis.
Música de videogame
A música de Videojogo (
português europeu) ou Videogame (português brasileiro)...
O ano de 2003 foi um marco nesse sentido. Foi nesse ano que a primeira trilha sonora de um videogame -
NBA Live 2003 da Electronic Arts - obteve um disco de platina pela Recording Industry Association of America (RIAA). Nesse mesmo ano a British Academy of Film and Television Arts (BAFTA) incluiu na sua programação premiações à indústria de games, entre elas a categoria de melhor trilha sonora. Agraciados por esse prêmio incluem Dead Space, Okami, Hitman: Contracts e o primeiro título da série Guitar Hero.
Terminologia
Cues:
cada trecho de música de um filme, por menor que seja, é chamado de cue. Fazendo uma analogia com a música popular, ela seria equivalente à faixa de um disco, com a diferença de poder durar apenas alguns segundos.Decupagem: a decupagem, ou spotting em inglês, é o processo que define aonde a música vai estar presente no filme, de acordo com a cena escolhida.

Leitmotif: recurso musical associado à personagens e eventos específicos, empregado de forma recorrente. Ela foi a técnica favorita de Max Steiner (1888-1971), considerado o pai da música do cinema.

Mickeymousing: é uma técnica de composição onde os movimentos da imagem da tela têm um paralelo sincronizado na orquestração. É freqüentemente associada à desenhos animados (daí o nome), e têm como função exercer um efeito cômico.O mickeymousing é considerada uma técnica controversa.

Música original: o termo música original do filme refere-se à parte musical instrumental composta exclusivamente para determinado filme. Seu equivalente em inglês é score, traduzido literalmente como partitura.

Source music: no jargão da indústria cinematográfica, é a música que tanto os espectadores quanto os personagens do filme ouvem. Um exemplo clássico do uso de source music é Sam (Dooley Wilson) tocando "As times goes by" no filme Casablanca (1942).

Tema: um tema (theme, em inglês) é, em geral, "a parte mais reconhecível em uma obra ou trecho musical".Temp tracks: uma abreviação de temporary tracks, são peças musicais pré-existentes utilizadas como referência para a composição da música original. Os temp tracks que o diretor George Lucas utilizou para Guerra nas Estrelas - composições de Antonín Dvořák, Franz Liszt e Gustav Holst - serviram de guia para John Williams compor seu premiado score, por exemplo

A popularidade da música de videogame ganhou com novo impulso com o projeto
Video Games Live, produzido por Tommy Tallarico. À partir de 2005, a Filarmônica de Los Angeles a começou se apresentar no Hollywood Bowl um concerto com músicas de games clássicos, a exemplo de Halo, Tron, Zelda e Metal Gear Solid.

Flip book



Um flip book é uma coleção de imagens organizadas seqüencialmente, em geral no formato de um livreto para ser folheado dando impressão de movimento, criando uma seqüência animada sem a ajuda de uma máquina.
Muito popular nos finais do
século XIX e início do século XX, mas ainda fabricados hoje, o flip book é o termo em inglês, também conhecido por seu nome francês, folioscope (por vezes também chamado kineograph, feuilletoscope ou "cinema-de-bolso").

Otimo video !



Como Fazer
Para criar o seu Flip Book, você precisa apenas de um bloquinho de papel, lápis e bastante criatividade. Sugiro para uma primeira tentativa que você imagine uma ação simples, por exemplo, uma planta crescendo; um homem andando. Com o tempo você será capaz de criar flip boks mais elaborados e cheios de ação.
Depois basta você desenhar em cada página um pedacinho da ação, por exemplo, se você quer desenhar uma árvore cresendo, basta começar com o desenho da linha que representa o chão; em seguida um galhinho brotando. Nos desenhos seguintes o galhinho cresceria, então surgirá as primeiras folhinhas bem pequenas; nos desenhos seguintes o galho e as folhas creceriam e surgiram novas folhinhas. Até o galhinho se tornar um tronco largo com uma copa grande e viçosa.
Uma outra dica é você tomar cuidado para que quando for desenhar um personagem ou objeto, ele esteja sempre no mesmo lugar em todas as paginas, a não ser que vc queira que ele se mova pelo papel. E se não tiver a intenção de fazer algo crescendo ou diminuindo deve tormar cuidado para manter também o tamanho dos desenhos iguais em todas as folhas.

Um site que explica muito bem como fazer :

http://www.tonomundo.org.br/karingana/otherfiles/criacao_de_flip_books.pdf

Cinema





ORIGEM - Indícios históricos e arqueológicos comprovam que é antiga a preocupação do homem com o registro do movimento. O desenho e a pintura foram as primeiras formas de representar os aspectos dinâmicos da vida humana e da natureza, produzindo narrativas através de figuras. O jogo de sombras do teatro de marionetes oriental é considerado um dos mais remotos precursores do cinema. Experiências posteriores como a câmara escura e a lanterna mágica constituem os fundamentos da ciência óptica, que torna possível a realidade cinematográfica.
Jogos de sombras – Surge na China, por volta de 5.000 a.C. É a projeção, sobre paredes ou telas de linho, de figuras humanas, animais ou objetos recortados e manipulados. O operador narra a ação, quase sempre envolvendo príncipes, guerreiros e dragões.

Câmara escura – Seu princípio é enunciado por Leonardo da Vinci, no século XV. O invento é desenvolvido pelo físico napolitano Giambattista Della Porta, no século XVI, que projeta uma caixa fechada, com um pequeno orifício coberto por uma lente. Através dele penetram e se cruzam os raios refletidos pelos objetos exteriores. A imagem, invertida, inscreve-se na face do fundo, no interior da caixa.
Lanterna mágica – Criada pelo alemão Athanasius Kirchner, na metade do século XVII, baseia-se no processo inverso da câmara escura. É composta por uma caixa cilíndrica iluminada a vela, que projeta as imagens desenhadas em uma lâmina de vidro.

PRIMEIROS APARELHOS - Para captar e reproduzir a imagem do movimento, são construídos vários aparelhos baseados no fenômeno da persistência retiniana (fração de segundo em que a imagem permanece na retina), descoberto pelo inglês Peter Mark Roger, em 1826. A fotografia, desenvolvida simultaneamente por Louis-Jacques Daguerre e Joseph Nicéphore Niepce, e as pesquisas de captação e análise do movimento representam um avanço decisivo na direção do cinematógrafo.
Fenacistoscópio – O físico belga Joseph-Antoine Plateau é o primeiro a medir o tempo da persistência retiniana. Para que uma série de imagens fixas dêem a ilusão de movimento, é necessário que se sucedam à razão de dez por segundo. Em 1832, Plateau inventa um aparelho formado por um disco com várias figuras desenhadas em posições diferentes. Ao girar o disco, elas adquirem movimento.
Praxinoscópio – Aparelho que projeta na tela imagens desenhadas sobre fitas transparentes, inventado pelo francês Émile Reynaud (1877). A princípio uma máquina primitiva, composta por uma caixa de biscoitos e um único espelho, o praxinoscópio é aperfeiçoado com um sistema complexo de espelhos que permite efeitos de relevo. A multiplicação das figuras desenhadas e a adaptação de uma lanterna de projeção possibilitam a realização de truques que dão a ilusão de movimento.

Fuzil fotográfico – Em 1878 o fisiologista francês Étienne-Jules Marey desenvolve o fuzil fotográfico: um tambor forrado por dentro com uma chapa fotográfica circular. Seus estudos se baseiam na experiência desenvolvida, em 1872, pelo inglês Edward Muybridge, que decompõe o movimento do galope de um cavalo. Muybridge instala 24 máquinas fotográficas em intervalos regulares ao longo de uma pista de corrida e liga a cada máquina fios que atravessam a pista. Com a passagem do cavalo, os fios são rompidos, desencadeando o disparo sucessivo dos obturadores, que produzem 24 poses consecutivas.

Cronofotografia – Pesquisas posteriores sobre o andar do homem ou o vôo dos pássaros levam Étienne-Jules Marey, em 1887, ao desenvolvimento da cronofotografia a fixação fotográfica de várias fases de um corpo em movimento, que é a própria base do cinema.
Cinetoscópio – O norte-americano Thomas Alva Edison inventa o filme perfurado. E, em 1890, roda uma série de pequenos filmes em seu estúdio, o Black Maria, primeiro da história do cinema. Esses filmes não são projetados em uma tela, mas no interior de uma máquina, o cinetoscópio – também inventado por Edison um ano depois. Mas as imagens só podem ser vistas por um espectador de cada vez.

Cinematógrafo – A partir do aperfeiçoamento do cinetoscópio, os irmãos Auguste e Louis Lumière idealizam o cinematógrafo em 1895. O aparelho – uma espécie de ancestral da filmadora – é movido a manivela e utiliza negativos perfurados, substituindo a ação de várias máquinas fotográficas para registrar o movimento. O cinematógrafo torna possível, também, a projeção das imagens para o público. O nome do aparelho passou a identificar, em todas as línguas, a nova arte (ciné, cinema, kino etc.).

Auguste Lumière (1862-1954) e Louis Lumière (1864-1948) nascem em Besançon, na França. Filhos de um fotógrafo e proprietário de indústria de filmes e papéis fotográficos, eram praticamente desconhecidos no campo das pesquisas fotográficas até 1890. Após freqüentarem a escola técnica, realizam uma série de estudos sobre os processos fotográficos, na fábrica do pai, até chegarem ao cinematógrafo. Louis Lumière é o primeiro cineasta realizador de documentários curtos. Seu irmão Auguste participa das primeiras descobertas, dedicando-se posteriormente à medicina.
Cinema mudo - A apresentação pública do cinematógrafo marca oficialmente o início da história do cinema. O som vem três décadas depois, no final dos anos 20.Há exatos 100 anos ocorre a primeira exibição pública das produções dos irmãos Lumière, em 28 de dezembro de 1895, no Grand Café, em Paris. A saída dos operários das usinas Lumière, A chegada do trem na estação, O almoço do bebê e O mar são alguns dos filmes apresentados. As produções são rudimentares, em geral documentários curtos sobre a vida cotidiana, com cerca de dois minutos de projeção, filmados ao ar livre.

Primeiros filmes - Pequenos documentários e ficções são os primeiros gêneros do cinema. A linguagem cinematográfica se desenvolve, criando estruturas narrativas. Na França, na primeira década do século XX, são filmadas peças de teatro, com grandes nomes do palco, como Sarah Bernhardt. Em 1913 surgem, com Max Linder – que mais tarde inspiraria Chaplin –, o primeiro tipo cômico e, com o Fantômas, de Louis Feuillade, o primeiro seriado policial. A produção de comédias se intensifica nos Estados Unidos e chega à Inglaterra e Rússia. Na Itália, Giovanni Pastrone realiza superproduções épicas e históricas, como Cabíria, de 1914.
DOCUMENTÁRIO - Em 1896 os Lumière equipam alguns fotógrafos com aparelhos cinematográficos e os enviam para vários países, com a incumbência de trazer novas imagens e também exibir as que levam de Paris. Os caçadores de imagens, como são chamados, colocam suas câmeras fixas num determinado lugar e registram o que está na frente. A Inglaterra, O México, Veneza, A cidade dos Doges passam a integrar o repertório dos Lumière. Coroação do Czar Nicolau II, filmado em Moscou, é considerado a primeira reportagem cinematográfica.
ORIGEM - Indícios históricos e arqueológicos comprovam que é antiga a preocupação do homem com o registro do movimento. O desenho e a pintura foram as primeiras formas de representar os aspectos dinâmicos da vida humana e da natureza, produzindo narrativas através de figuras. O jogo de sombras do teatro de marionetes oriental é considerado um dos mais remotos precursores do cinema. Experiências posteriores como a câmara escura e a lanterna mágica constituem os fundamentos da ciência óptica, que torna possível a realidade cinematográfica. Jogos de sombras – Surge na China, por volta de 5.000 a.C. É a projeção, sobre paredes ou telas de linho, de figuras humanas, animais ou objetos recortados e manipulados. O operador narra a ação, quase sempre envolvendo príncipes, guerreiros e dragões.

Câmara escura – Seu princípio é enunciado por Leonardo da Vinci, no século XV. O invento é desenvolvido pelo físico napolitano Giambattista Della Porta, no século XVI, que projeta uma caixa fechada, com um pequeno orifício coberto por uma lente. Através dele penetram e se cruzam os raios refletidos pelos objetos exteriores. A imagem, invertida, inscreve-se na face do fundo, no interior da caixa.

Lanterna mágica – Criada pelo alemão Athanasius Kirchner, na metade do século XVII, baseia-se no processo inverso da câmara escura. É composta por uma caixa cilíndrica iluminada a vela, que projeta as imagens desenhadas em uma lâmina de vidro.

PRIMEIROS APARELHOS - Para captar e reproduzir a imagem do movimento, são construídos vários aparelhos baseados no fenômeno da persistência retiniana (fração de segundo em que a imagem permanece na retina), descoberto pelo inglês Peter Mark Roger, em 1826. A fotografia, desenvolvida simultaneamente por Louis-Jacques Daguerre e Joseph Nicéphore Niepce, e as pesquisas de captação e análise do movimento representam um avanço decisivo na direção do cinematógrafo.Fenacistoscópio – O físico belga Joseph-Antoine Plateau é o primeiro a medir o tempo da persistência retiniana. Para que uma série de imagens fixas dêem a ilusão de movimento, é necessário que se sucedam à razão de dez por segundo. Em 1832, Plateau inventa um aparelho formado por um disco com várias figuras desenhadas em posições diferentes. Ao girar o disco, elas adquirem movimento.

Praxinoscópio – Aparelho que projeta na tela imagens desenhadas sobre fitas transparentes, inventado pelo francês Émile Reynaud (1877). A princípio uma máquina primitiva, composta por uma caixa de biscoitos e um único espelho, o praxinoscópio é aperfeiçoado com um sistema complexo de espelhos que permite efeitos de relevo. A multiplicação das figuras desenhadas e a adaptação de uma lanterna de projeção possibilitam a realização de truques que dão a ilusão de movimento.

Fuzil fotográfico – Em 1878 o fisiologista francês Étienne-Jules Marey desenvolve o fuzil fotográfico: um tambor forrado por dentro com uma chapa fotográfica circular. Seus estudos se baseiam na experiência desenvolvida, em 1872, pelo inglês Edward Muybridge, que decompõe o movimento do galope de um cavalo. Muybridge instala 24 máquinas fotográficas em intervalos regulares ao longo de uma pista de corrida e liga a cada máquina fios que atravessam a pista. Com a passagem do cavalo, os fios são rompidos, desencadeando o disparo sucessivo dos obturadores, que produzem 24 poses consecutivas.

Cronofotografia – Pesquisas posteriores sobre o andar do homem ou o vôo dos pássaros levam Étienne-Jules Marey, em 1887, ao desenvolvimento da cronofotografia a fixação fotográfica de várias fases de um corpo em movimento, que é a própria base do cinema.

Cinetoscópio – O norte-americano Thomas Alva Edison inventa o filme perfurado. E, em 1890, roda uma série de pequenos filmes em seu estúdio, o Black Maria, primeiro da história do cinema. Esses filmes não são projetados em uma tela, mas no interior de uma máquina, o cinetoscópio – também inventado por Edison um ano depois. Mas as imagens só podem ser vistas por um espectador de cada vez.

Cinematógrafo – A partir do aperfeiçoamento do cinetoscópio, os irmãos Auguste e Louis Lumière idealizam o cinematógrafo em 1895. O aparelho – uma espécie de ancestral da filmadora – é movido a manivela e utiliza negativos perfurados, substituindo a ação de várias máquinas fotográficas para registrar o movimento. O cinematógrafo torna possível, também, a projeção das imagens para o público. O nome do aparelho passou a identificar, em todas as línguas, a nova arte (ciné, cinema, kino etc.).

Auguste Lumière (1862-1954) e Louis Lumière (1864-1948) nascem em Besançon, na França. Filhos de um fotógrafo e proprietário de indústria de filmes e papéis fotográficos, eram praticamente desconhecidos no campo das pesquisas fotográficas até 1890. Após freqüentarem a escola técnica, realizam uma série de estudos sobre os processos fotográficos, na fábrica do pai, até chegarem ao cinematógrafo. Louis Lumière é o primeiro cineasta realizador de documentários curtos. Seu irmão Auguste participa das primeiras descobertas, dedicando-se posteriormente à medicina.

Cinema mudo - A apresentação pública do cinematógrafo marca oficialmente o início da história do cinema. O som vem três décadas depois, no final dos anos 20.Há exatos 100 anos ocorre a primeira exibição pública das produções dos irmãos Lumière, em 28 de dezembro de 1895, no Grand Café, em Paris. A saída dos operários das usinas Lumière, A chegada do trem na estação, O almoço do bebê e O mar são alguns dos filmes apresentados. As produções são rudimentares, em geral documentários curtos sobre a vida cotidiana, com cerca de dois minutos de projeção, filmados ao ar livre.

Primeiros filmes - Pequenos documentários e ficções são os primeiros gêneros do cinema. A linguagem cinematográfica se desenvolve, criando estruturas narrativas. Na França, na primeira década do século XX, são filmadas peças de teatro, com grandes nomes do palco, como Sarah Bernhardt. Em 1913 surgem, com Max Linder – que mais tarde inspiraria Chaplin –, o primeiro tipo cômico e, com o Fantômas, de Louis Feuillade, o primeiro seriado policial. A produção de comédias se intensifica nos Estados Unidos e chega à Inglaterra e Rússia. Na Itália, Giovanni Pastrone realiza superproduções épicas e históricas, como Cabíria, de 1914.
DOCUMENTÁRIO - Em 1896 os Lumière equipam alguns fotógrafos com aparelhos cinematográficos e os enviam para vários países, com a incumbência de trazer novas imagens e também exibir as que levam de Paris. Os caçadores de imagens, como são chamados, colocam suas câmeras fixas num determinado lugar e registram o que está na frente. A Inglaterra, O México, Veneza, A cidade dos Doges passam a integrar o repertório dos Lumière. Coroação do Czar Nicolau II, filmado em Moscou, é considerado a primeira reportagem cinematográfica.

FICÇÃO - Os rudimentos da narração e da montagem artística são desenvolvidos pelo americano Edwin Porter, em 1902, em Vida de um bombeiro americano, e consolidados, um ano mais tarde, com O grande roubo do trem, o primeiro grande clássico do cinema americano. O filme inaugura o western e marca o começo da indústria cinematográfica. Despontam, então, dois grandes nomes dos primórdios do cinema: Georges Méliès e David Griffith.

Georges Méliès (1861-1938), diretor, ator, produtor, fotógrafo e figurinista, é considerado o pai da arte do cinema. Nasce na França e passa parte da juventude desenvolvendo números de mágica e truques de ilusionismo. Depois de assistir à primeira apresentação dos Lumière, decide-se pelo cinema. Pioneiro na utilização de figurinos, atores, cenários e maquiagens, opõe-se ao estilo documentarista. Realiza os primeiros filmes de ficção – Viagem à lua e A conquista do pólo (1902) – e desenvolve diversas técnicas: fusão, exposição múltipla, uso de maquetes e truques ópticos, precursores dos efeitos especiais.

David Griffith (1875-1948), nascido nos Estados Unidos, é considerado o criador da linguagem cinematográfica. Antes de chegar ao cinema, trabalha como jornalista e balconista em lojas e livrarias. Admirador de Edgar Allan Poe, também escreve poesias. No cinema, é o primeiro a utilizar dramaticamente o close, a montagem paralela, o suspense e os movimentos de câmera. Em 1915, com Nascimento de uma nação, realiza o primeiro longa-metragem americano, tido como a base da criação da indústria cinematográfica de Hollywood. Com Intolerância, de 1916, faz uma ousada experiência, com montagens e histórias paralelas.

Ascensão de Hollywood - Com o recesso do cinema europeu durante a 1a Guerra Mundial, a produção de filmes concentra-se em Hollywood, na Califórnia, onde surgem os primeiros grandes estúdios. Em 1912, Mack Sennett, o maior produtor de comédias do cinema mudo, que descobriu Charles Chaplin e Buster Keaton, instala a sua Keystone Company. No mesmo ano, surge a Famous Players (futura Paramount) e, em 1915, a Fox Films Corporation. Para enfrentar os altos salários e custos de produção, exibidores e distribuidores reúnem-se em conglomerados autônomos, como a United Artists, fundada em 1919. A década de 20 consolida a indústria cinematográfica americana e os grandes gêneros – western, policial, musical e, principalmente, a comédia –, todos ligados diretamente ao estrelismo.
Star system – O desenvolvimento dos grandes estúdios proporciona o surgimento do star system, o sistema de "fabricação" de estrelas que encantam as platéias. Mary Pickford, a "noivinha da América", Theda Bara, Tom Mix, Douglas Fairbanks e Rodolfo Valentino são alguns dos nomes mais expressivos. Com o êxito alcançado, os filmes passam dos 20 minutos iniciais a, pelo menos, 90 minutos de projeção. O ídolo é chamado a encarnar papéis fixos e repetir atuações que o tenham consagrado, como Rosita, de 1923, com Mary Pickford.
COMÉDIA - Baseada na sátira de pequenas cenas do cotidiano, a comédia americana dos anos 20 privilegia lugares, situações e objetos que retratam a vida urbana e a "civilização das máquinas". Recorre com freqüência ao "pastelão" e ganha impulso com o produtor e diretor americano Mack Sennett. Destacam-se os tipos desenvolvidos por Ben Turpin, Buster Keaton, Harold Lloyd e Charles Chaplin.

Charles Chaplin (1889-1977), diretor, produtor e ator, passa uma infância miserável em orfanatos, na Inglaterra. Emprega-se nos music halls em 1908 e adquire algum sucesso como mímico. Contratado por um empresário norte-americano, vai para os Estados Unidos em 1913 e, um ano depois, realiza seu primeiro filme – Carlitos repórter. Seu personagem, Carlitos, o vagabundo com bengala, chapéu-coco e calças largas, torna-se o tipo mais famoso do cinema. Entre seus principais filmes estão O garoto (1921), Em busca do ouro (1925), Luzes da cidade (1931), Tempos modernos (1936) e O grande ditador (1940).

Buster Keaton (1895-1966), Joseph Francis Keaton nasce nos Estados Unidos e estréia no palco aos 3 anos, acompanhado de seus pais, num número de acrobacia. Recebe o apelido de Buster (demolidor) por sua resistência aos tombos. Em 1917 começa no cinema, fazendo pontas. Três anos depois, passa à direção. Torna-se famoso com a criação de um tipo inesquecível – o cômico que nunca ri – consagrado em A general (1927) e Marinheiro de encomenda (1928), entre outros. É considerado um dos maiores nomes do cinema humorístico, comparável a Chaplin.

Cinema falado - O advento do som, nos Estados Unidos, revoluciona a produção cinematográfica mundial. Os anos 30 consolidam os grandes estúdios e consagram astros e estrelas em Hollywood. Os gêneros se multiplicam e o musical ganha destaque. A partir de 1945, com o fim da 2a Guerra, há um renascimento das produções nacionais – os chamados cinemas novos.
PRIMEIRAS EXPERIÊNCIAS - As primeiras experiências de sonorização, feitas por Thomas Edison, em 1889, são seguidas pelo grafonoscópio de Auguste Baron (1896) e pelo cronógrafo de Henri Joly (1900), sistemas ainda falhos de sincronização imagem-som. O aparelho do americano Lee de Forest, de gravação magnética em película (1907), que permite a reprodução simultânea de imagens e sons, é comprado em 1926 pela Warner Brothers. A companhia produz o primeiro filme com música e efeitos sonoros sincronizados – Don Juan, de Alan Crosland, o primeiro com passagens faladas e cantadas – O cantor de jazz (1927), também de Crosland, com Al Jolson, grande nome da Broadway, e o primeiro inteiramente falado – Luzes de Nova York, de Brian Foy (1928).

CONSOLIDAÇÃO - Em 1929 o cinema falado representa 51% da produção norte-americana. Outros centros industriais, como França, Alemanha, Suécia e Inglaterra, começam a explorar o som. A partir de 1930, Rússia, Japão, Índia e países da América Latina recorrem à nova descoberta.

A adesão de quase todas as produtoras ao novo sistema abala convicções, causa a inadaptação de atores, roteiristas e diretores e reformula os fundamentos da linguagem cinematográfica. Diretores como Charles Chaplin e René Clair estão entre os que resistem à novidade, mas acabam aderindo. Alvorada do amor, de Ernst Lubitsch, O anjo azul, de Joseph von Sternberg, e M, o vampiro de Dusseldorf, de Fritz Lang, são alguns dos primeiros grandes títulos.

Dos anos 30 até a 2a Guerra, apesar de Hollywood concentrar a maior parte da produção cinematográfica mundial, alguns centros europeus como França, Alemanha e Rússia produzem obras que merecem destaque.

França – O realismo poético, com melodramas policiais de fundo trágico, de Jean Renoir (A grande ilusão, A besta humana), Marcel Carné (Cais das sombras), Julien Duvivier (Um carnê de baile) e Jean Vigo (Atalante) fornecem uma perspectiva lírica dos problemas sociais. Com a invasão nazista, eles são exilados.
Rússia – A nova Babilônia, de Grigori Kozintsev; Volga, Volga, de Grigori Aleksandrov; Ivan, o terrível, de Eisenstein; e a Trilogia de Máximo Gorki, de Mark Donskoi, merecem destaque em um período dominado por filmes de propaganda sobre os planos qüinqüenais, impostos por Stalin.

Alemanha – A Alemanha nazista também descobre, com O triunfo da vontade, de Leni Riefenstahl, e O judeu Suss, de Veidt Harlan, o cinema como instrumento de propaganda do regime.

Anos dourados de Hollywood - Nos Estados Unidos, após a Depressão, a indústria recupera-se. Hollywood vive os seus anos de ouro em 1938 e 1939. Surgem superproduções como A dama das Camélias, ...E o vento levou, O morro dos ventos uivantes e Casablanca. Novos recursos técnicos possibilitam o desenvolvimento pleno de todos os gêneros. Desafiando o esquema dos grandes estúdios hollywoodianos, Orson Welles lança, em 1941, O cidadão Kane, filme que revoluciona a estética do cinema.
Orson Welles (1915-1985), diretor, ator e roteirista, nasce nos Estados Unidos e estuda pintura no Chicago Arts Institute. Como ator teatral funda, em 1936, o Mercury Theatre, em Nova York. Dois anos mais tarde passa a trabalhar no rádio, onde faz em 30 de outubro de 1938 uma emissão dramatizada da Guerra dos mundos, de H.G. Wells, na qual anuncia a invasão da Terra por marcianos. Causa pânico na população e ganha notoriedade nacional. Em 1941 lança O cidadão Kane, onde subverte a narrativa cronológica, com um enredo não-linear, ousadia na profundidade de campo e iluminação inspirada no expressionismo. Cria depois outras obras, como It’s all true (interrompida e concluída postumamente), e Macbeth e Othello, de inspiração shakesperiana.
MUSICAL - Surge em Hollywood na década de 30 e se caracteriza por roteiros musicais que mesclam danças, cantos e músicas. No início dos filmes falados, os musicais sofrem grande influência do teatro. O filme que definitivamente estabelece o gênero é Broadway melody, em 1929, de Harry Beaumont. Seu êxito provoca uma onda de filmes que rapidamente se tornam populares, como Caçadoras de ouro, A canção do deserto e O rei do jazz. Voando para o Rio, de 1933, projeta Fred Astaire e Ginger Rogers. Gene Kelly (Diário de um homem casado), Rita Hayworth (O protegido do papai) e Judy Garland (O mágico de Oz) também ganham notoriedade.

COMÉDIA - Gênero consolidado na década de 20, a comédia incorpora novos nomes. Os irmãos Marx brilham com seus diálogos absurdos e graças de picadeiro em No hotel da fuzarca, Diabo a quatro e Uma noite na ópera. Os atores Oliver Hardy e Stan Laurel notabilizam a dupla O Gordo e o Magro em Fra Diavolo e Filhos do deserto. W.C. Fields, que surgiu no cinema por volta de 1915, destaca-se na década de 30, com No tempo do onça e A filha do saltimbanco. O prestígio de Chaplin mantém-se em filmes como Luzes da cidade e Tempos modernos, que adquirem dimensão política. A combinação de ousadias eróticas e certa dose de crítica do cotidiano resulta na comédia de costumes, que domina o cinema americano. O alemão Ernst Lubitsch desenvolve o estilo em filmes como Ladrão de alcova e Ninotchka, este com Greta Garbo. Outros representantes: George Cukor (Uma hora contigo), William Wellman (Nada é sagrado), Leo McCarey (Cupido é moleque travesso), Howard Hawks (Levada da breca) e um dos maiores nomes das décadas de 30/50, o diretor Frank Capra.Frank Capra (1897-1991) nasce na Sicília e emigra para os Estados Unidos, em 1903. Na juventude estuda química e matemática. Começa no cinema como argumentista dos cômicos Laurel e Hardy (O Gordo e o Magro). Na direção, desenvolve uma obra de conteúdo social, otimista e confiante na democracia americana, que acerta em cheio, nos anos difíceis da Depressão. Aconteceu naquela noite, de 1934, ganha os principais Oscars do ano. Do mundo nada se leva (1938), A mulher faz o homem (1939) e Adorável vagabundo (1941) são seus principais sucessos.

WESTERN - Gênero específico americano, o western (faroeste) explora marcos históricos, como a Conquista do Oeste, a Guerra de Secessão e o combate contra os índios. Cenas de ação e aventura envolvem caubóis e xerifes. Em 1932 inicia-se uma grande produção de westerns, onde o caubói é também cantor, como Gene Autry e Roy Rogers. Em 1935, Cecil B. de Mille produz Jornadas heróicas. Em 1939, com No tempo das diligências, John Ford abre o ciclo de produções com grandes diretores e astros, onde se destacam também King Vidor (Duelo ao sol) e Henry King (Jesse James).John Ford (1895-1973), diretor americano nascido no Maine, filho de irlandeses, é um dos cineastas mais premiados do mundo. Depois de se formar no ensino médio, vai para Hollywood, em 1914. Começa trabalhando como ator, contra-regra e assistente nos filmes de seu irmão, Francis Ford, diretor e roteirista da Universal. Em 1917 estréia na direção, fazendo pequenos westerns. Seus filmes possuem orçamentos modestos, poucos atores, e alternam dramas com trechos de comédias. Sangue de herói e O céu mandou alguém, ambos de 1948, estão entre os westerns mais importantes da década de 40.

TERROR - São várias as tendências dos filmes de terror, que têm em comum o desequilíbrio e a transgressão do real. Em 1931, Drácula e Frankenstein entram em cena. Um ano depois, é a vez de O médico e o monstro, baseado no romance de Robert Louis Stevenson. Em 1933, o gorila King Kong assusta as platéias do mundo inteiro.

POLICIAL - O filme policial surge na França, no começo do século, mas é nos Estados Unidos, a partir da década de 30, que o gênero se firma. Cenários sombrios e escuros, neblina, cenas de crimes e violência envolvem detetives, policiais, aristocratas e belas mulheres. O filme noir – como os franceses o denominaram – logo se impõe como um grande gênero. Destacam-se Howard Hawks (Scarface) e John Huston (Relíquia macabra).